Conselho Administrativo da Amigos do Guri tem novo presidente


Elca Rubinstein - 1

Elca Rubinstein, ex-presidente do Conselho Administrativo da Associação Amigos do Projeto Guri.

Marcos Barreto é o novo presidente do Conselho Administrativo da Associação Amigos do Projeto Guri. Elca Rubinstein, presidente anterior, passa a integrar o Conselho Consultivo como forma de manter o laço e a memória estabelecida com a instituição. Ambos são economistas por formação e têm boa experiência em projetos sociais.

Indicado por seus pares, em novembro de 2016, Barreto ambiciona que o maior projeto sociocultural do Brasil seja reconhecido também pela qualidade. “O maior desafio é não se acomodar com o sucesso do projeto e com os números grandiosos. É preciso manter a busca constante pela inovação, aprimorar os métodos de avaliação do projeto, manter diálogo aberto com os beneficiários, os profissionais e as comunidades nas quais o Guri está inserido”, comenta Marcos Barreto, que foi subprefeito da Sé em 2013 e é ex-consultor de projetos no CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e na Fundação Abrinq, entre outras funções.

Diversificar as fontes de recurso também estão em suas propostas: “A ideia é reduzir a dependência dos recursos do governo do Estado, sobretudo, em um momento em que há evidente redução do fundo público. Nessa linha, é preciso buscar novas parcerias e patrocinadores”, disse o novo presidente do conselho. Barreto ressalta a importância de dar autonomia para os diferentes núcleos, principalmente nos polos,  uma vez que conhecem a realidade vivida pelas crianças, adolescentes e seus familiares. Para ele, o aprimoramento contínuo é o caminho.

Em conversa na sede, no último dia 20 de dezembro, Elca reforçou a importância dos indicadores e das visitas aos polos, para que os conselheiros conheçam a fundo a rotina, os problemas e as conquistas dos educadores. “Foi em uma das minhas visitas, por exemplo, que percebi a necessidade de ser criar um tempo para que os educadores conversassem com seus supervisores sobre as aulas, as atividades e os alunos”, relembra. “Quando o conselho está próximo da realidade local, pode ver com outros olhos e isso é fundamental. ”

Elca também elogia a flexibilidade e agilidade garantidas pelo método de gestão do Projeto – gerido por uma organização social. “A Organização Social vem com outro jogo de cintura. Permite flexibilidade e torna possível termos, então, uma equipe de alta qualidade”. Segundo a ex-presidente, o maior desafio de seu sucessor será conduzir o conselho em época de crise. Abaixo, uma carta escrita por Elca à instituição:

 

 

Carta de Elca Rubinstein à Associação Amigos do Guri

 

Entrei no Guri no início da adolescência do Projeto e saio com um Guri adulto.

Tive o privilégio de fazer parte do Conselho num período em que o Governo do Estado de São Paulo tinha uma arrecadação forte, que permitia vislumbrar caminhos e ousar dar grandes passos. Logo que cheguei, tomei parte das discussões preparatórias para a reunião de planejamento estratégico, onde seriam representadas as diretrizes do projeto.

 

Me senti em casa. Minha ampla experiência com projetos sociais no Banco Mundial me ajudou na participação plena desse nosso planejamento. Começamos a discussão dos indicadores, que acabaram virando minha marca registrada, num novo escopo da missão do projeto. Também revisitamos a questão do público alvo, que até então tinha sido prioritariamente a população de baixa renda. Para podermos crescer de forma adequada foi criado um manual de sistematização de todas as operações do Projeto. Também com a ideia de trazer um certo grau de homogeneidade aos cerca de 340 polos, foram criados os livros didáticos que complementam o material dos professores.

 

Quando virei presidente do Conselho Administrativo resolvi levar o cargo muito a sério. Economista por formação e profissão, decidi colocar em uso toda a minha experiência.

Ao mesmo tempo, me apaixonei pelo projeto, pelas pessoas e pelos guris, e deixei que o projeto tocasse minha alma. Consagrada pelo entusiasmo que permeia tudo que se faz no Guri, fui visitar alguns polos, entrar em contato com as ações, acompanhar a preparação dos espetáculos, fomentar o diálogo do Conselho Administrativo com os Gerentes Regionais de um lado e com a Secretaria de Cultura do outro.

 

Vivendo o terceiro ato da minha vida, saio do Guri com a sensação de missão cumprida.

À Elca Rubinstein, nossos sinceros agradecimentos. Para Marcos Barreto desejamos sorte na jornada que se inicia de forma mais consistente a partir de agora.

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