Regionais realizam ações de multiplicação da Musicografia Braille


grupos de estudo (6)Em março de 2015 foi realizada, na sede da Amigos do Guri, uma capacitação de Musicografia Braille, sob orientação do professor Fábio Bonvenuto, para ampliação e profissionalização do atendimento feito a alunos com deficiência visual em polos de ensino do Guri. E para que todo conteúdo passado na sede fosse abordado de maneira ampla no campo, alguns supervisores educacionais trataram de organizar, junto às suas regionais administrativas, ações de multiplicação do conhecimento adquirido.

Na Regional Araçatuba, foi organizado um Grupo de Estudos denominado “Guri Inclusivo – Musicografia Braille”, dividido em quatro encontros com duração de quatro horas cada. Todos ocorreram no próprio espaço da regional, com participação de 11 profissionais: 3 supervisores educacionais (de percussão, violão e sopros) e 8 educadores de polos da região, dos cursos de violão, percussão, canto coral, guitarra, fundamentos da música e saxofone.

No primeiro encontro, foi feita uma sensibilização dos participantes por meio da exibição e
discussão de vídeos, além de leitura e análise de textos sobre o tema. Em seguida, a
supervisora educacional Etiene Consolaro iniciou a introdução ao Musibraille – programa que cria condições favoráveis à aprendizagem musical das pessoas com deficiência visual, equivalentes às dos colegas de visão normal. Durante os três últimos encontros, a supervisora focou nas atividades práticas com o Musibraille, com a edição de partituras selecionadas por ela e pelos educadores, para seus respectivos instrumentos.

“Foi uma oportunidade única de aprender essa importante ferramenta de inclusão e de suma importância para a complementação de nossas capacidades de integração e desenvolvimento de nossas atividades no polo, respeitando a diversidade de nossos alunos! A iniciativa da implantação do Grupo de Estudos reforça o compromisso da equipe regional e educadores para com nossos Guris”, disse Alexandre Soares, educador de violão do Guri em Avanhandava e Clementina.

Em Jundiaí, quem deu prosseguimento ao conteúdo de Musicografia Braille foi Michel Vicentine, supervisor educacional da Regional Jundiaí. Lá, foram realizados dois encontros para vivência e partilha de informações. O primeiro, de caráter conceitual e filosófico, aconteceu no polo da cidade e teve adesão de 16 profissionais da regional e de alguns polos. Foi dividido em três partes: a primeira abordando o aspecto legal da “Educação Inclusiva”, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Política Nacional de Educação Especial; a segunda indo para o campo filosófico, com apoio de elementos midiáticos como “Para que olhos tão grandes?” e recortes do documentário “Janela da Alma”; e a terceira sendo destinada à sensibilização por meio de práticas pedagógicas.

“O encontro foi muito produtivo e a troca de experiência com os colegas, suas dificuldades enfrentadas e estratégias utilizadas nas aulas para alcançarmos e incluirmos alunos com alguma deficiência, principalmente os deficientes visuais, foi muito enriquecedor”, afirmou Lucina Pucke, educadora do Polo Nova Odessa.

A segunda parte desta multiplicação aconteceu na sede da Amigos do Guri, apenas com os educadores e supervisores educacionais da Regional Jundiaí. A pauta focou na exposição do software Musibraille e nos elementos técnicos que acompanham o processo, abordando a transposição e aplicação dos sinais musicais em Braille e a sua correspondência no instrumento musical.

Já o supervisor educacional da Regional São José do Rio Preto, Leandro Morais, não sabia por onde começar quando ficou incumbido de capacitar os educadores de sua regional sem ter propriedade e vivência com a musicalização em Braille. Diante do desafio, ele acabou traçando uma estratégia diferente: — “Pedi para um aluno de violão do Polo Ouroeste e outro do Polo Santa Adélia levarem suas próprias máquinas Perkins, de escrita em Braille, para que, primeiramente, eu pudesse capacitá-los para o Musibraille”, contou Leandro.

Em seguida, ele realizou uma capacitação com os educadores do polo de Ouroeste e Santa Adélia, com o intuito de tornar mais fácil a aplicação dos conceitos. Desta forma, os próprios alunos mostraram ao supervisor e educadores a melhor forma de ensiná-los.

“Durante todo o processo, desde a capacitação em São Paulo com o Fábio, até a chegada dos livros e o contato com os alunos e educadores, obtive uma grande evolução pedagógica. A Amigos do Guri está caminhando para uma referência CONCRETA de ensino coletivo de música e inclusão de verdade. Independente de erros, acertos e evoluções que teremos na Musicalização em Braille, os livros didáticos em Braille foram um tiro certeiro para o caminho do SUCESSO”, concluiu o supervisor de Rio Preto.

 

 

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