Campinas se emociona com “Lendas Amazônicas”
Lágrimas de gratidão e orgulho. Assim terminou a estreia do espetáculo Lendas Amazônicas, que aconteceu no dia 15 de dezembro no Teatro do Sesi Amoreiras, em Campinas. Com mais de 300 pessoas na plateia, os guris dos Grupos de Referência de Franca (Cordas Dedilhadas), Jundiaí (Orquestra) e Lorena (Canto Coral), com participação especial de alguns guris do GR Bauru, deram um verdadeiro show de talento e mostraram porque já estão num nível mais avançado de aprendizado.
Concebido por Aimar Santinho e dirigido por Paulo Rogério Lopes, o Lendas Amazônicas trouxe um resgate de antigas lendas originadas na região norte do Brasil de forma bastante lúdica, transitando entre o popular e o erudito, com a ajuda da narradora Ana Luísa Lacombe. A história do caboclo transformado em boi, que vive uma aventura e tanto entre personagens como Curupira, Cobra Grande e Matinta Pererira – para reencontrar seu grande amor –, emocionou e entreteu o público, que vibrava a cada canção.
Emocionado, Aimar conseguiu transformar o sentimento de ver realizado seu projeto em apenas uma palavra: agradecimento. Para Paulo, “cada grupo é uma história e uma conquista muito trabalhosa, mas não menos prazerosa quando os resultados começam a aparecer. Trabalhar com as lendas amazônicas, pegar um roteiro musical escolhido pelo Aimar, inventar uma história para que fosse contada exatamente para os integrantes que a defenderam e ver o quanto isso acrescentou à biografia desses envolvidos e os transformaram, uniram etc., faz qualquer “crise de desespero de meio de processo” ter valido muito à pena”.
O trabalho foi realmente duro, mas compensador. Os alunos estiveram ensaiando desde agosto, cada grupo em sua cidade, e só se encontraram para juntar tudo e transformar num verdadeiro espetáculo três dias antes do grande dia. “Foi magnífico! É o tipo de projeto que sempre tive vontade de participar, pois sempre gostei de peças cênico-musicais. Foi um desafio enorme ensaiar a distância e somente aqui (em Campinas) reunir os três grupos. O choro está rolando já faz dias. Foi realmente mágico tudo o que construímos”, declarou o aluno do Grupo de Referência de Lorena, Ronald Esteferson, que atuou como o caboclo que virou boi.